quinta-feira, 27 de março de 2008

Usuários crescem 20%



Nova ferramenta para o pagamento das ‘corridas’ amplia demanda e incrementa procura em seis meses na Capital

A regulamentação do uso de cartões de crédito e de débito para pagamento de “corridas” de táxi está estimulando os usuários a utilizar cada vez mais este serviço na Grande Cuiabá. De acordo com o Sindicato dos Taxistas de Cuiabá (Sintac), em seis meses de funcionamento das maquinetas a procura já aumentou 20% na cidade. “Estimamos que o faturamento também tenha crescido na mesma proporção”, diz o secretário geral do sindicato, Benedito Lino de Arruda.

Ele é um dos que pertence ao seleto grupo de taxistas que já adotaram a maquineta e estão colhendo bons resultados. “De fato é melhor, mais prático e mais seguro. A tendência é toda a frota adotar este sistema de recebimento”. Os taxistas apostam que o cartão é também mais um desestímulo aos assaltantes, pois diminui a circulação de dinheiro nos veículos.

Segundo o presidente do sindicato, Antônio Bodenar, Cuiabá foi terceira capital do país a regulamentar o uso dos cartões para pagamento das corridas de táxi. “A nossa meta é implantar as maquinetas em pelo menos 50% dos táxis nos próximos meses”, diz.

O objetivo, explicou Bodenar, é oferecer mais uma opção para o passageiro pagar as viagens, o que aumentaria a procura pelo serviço. Menos de 9% dos taxistas aceitam o dinheiro de plástico.

A regulamentação do serviço em Cuiabá já foi autorizada pela prefeitura, mas não torna obrigatória a instalação de sistemas interligados com as operadoras de cartão de crédito nos táxis. A idéia tem aprovação da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), órgão que gerencia o transporte e o trânsito na cidade. Mas muitos taxistas rejeitam a tecnologia, temendo aumento nos custos.

Dos 604 táxis de Cuiabá, apenas 52 já aderiram ao pagamento eletrônico. Segundo Lino de Arruda, além de estimular a aceitação entre os profissionais, pode haver aumento significativo de passageiros. “O cartão, cada vez mais, substitui o dinheiro e o cheque nas transações comerciais. Muitas viagens deixam de ser feitas porque os carros não estão preparados para essa tendência. O taxista que circula com menos dinheiro não é tão visado pelos ladrões. Além disso, não sofre com a inadimplência, que é um problema de quem aceita cheque”, afirma.

RECUPERAÇÃO - O presidente do Sintac, Antônio Bodernar, diz que “em tempos de demanda reprimida o cartão é mais uma forma de recuperarmos clientes. Nos últimos anos, o número de corridas na Grande Cuiabá caiu 25%, principalmente por causa da concorrência com o transporte clandestino”, afirma, citando também o grande número de assaltos a taxistas. Desde 2000, pelo menos 10 morreram assassinados por ladrões na Grande Cuiabá. Só nos últimos três anos, segundo estatísticas do Sintac, foram cerca de 700 ataques aos taxistas.

CUSTOS - Apesar das vantagens, o custo operacional ainda é o principal entrave para a total aceitação do sistema. A maioria dos profissionais que já aceitam o dinheiro de plástico está vinculada, hoje, às cooperativas e sindicatos. As próprias empresas fecham acordo com as administradoras, que ficam, em geral, com 3% do valor da corrida nos pagamentos a crédito e 2% nas operações de débito (à vista). A taxa de administração da operadora – Visa e Mastercard - é de R$ 39.

Com 23 anos na praça, o taxista Benedito Lino de Arruda adota essa forma de pagamento desde o ano passado e diz que vale à pena. “Mais de 20% dos meus passageiros já pedem o cartão. Para mim é uma boa, porque ando com menos dinheiro e não corro risco de calote”, afirma
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Diário de Cuiabá 25/03

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